O amor como pêndulo entre a existência e a vida. Um sentimento ambivalente de angústia e prazer.

Há muito tenho percebido pelas calçadas, em músicas, sets clínicos terapêuticos, encontros corriqueiros nos elevadores,  e em tantos outros lugares possíveis, a perene narrativa de ter alguém ao lado. Numa dimensão mais etérea, não fomos ensinados a lidar única e exclusivamente com nossa própria companhia.


O ser humano, in fact, é um sujeito de relações, de interações. Mas desde quando o ideal de amor passou a ser ferramenta de mortes em séries? Antes, porém, um aspecto particular merece atenção: a construção do amor romântico. Aquele amor que te encontra na fila do pão enquanto você está despretensiosamente no aguardo do seu alimento matinal light- afinal, a dieta faz parte do processo de conquista e inscrição no mundo do amor romântico-, você acidentalmente cruza seu olhar com o da outra pessoa e **pluf**, ele(a) vai sorrir pra você, vai te convidar pra dar uma volta na praia, ou até mesmo um cinema, talvez um café.


Mas o que você não sabe- ou finge não saber é que eventos como esses são mais do que esporádicos, são idealizados num contexto muito específico de venda de romance- sim, o romance rende milhões( a dramaturgia que o diga)-, então, quando você se dá conta de que está by yourself, por sua conta, sem um convite para uma volta na praia, sem uma sessão boba de cinema, ou sequer um café, você se sente frustrado(a), sozinho(a), marginalizado(a), flopado(a).  Então você decide que já chega, que não mais vale a pena existir- até mesmo porque viver não faz parte da sua rotina faz tempo, não é?-, mas algo lá no fundinho do seu miocárdio (muita pretensão chamar de coração a essa altura) lhe diz: “ ei, eu sei que estamos à sós, sei que está doendo pra caramba… as vezes a respiração falha, não é? Mas olha como sorrimos ontem, podemos tentar a sorte de sorrir logo mais, quem sabe…). e aí você consegue se reerguer, minimamente que seja- but it’s not enough yet.


De repente um pensamento dilacerante te assalta e faz pensar: “E se eu não conseguir alguém? E se eu não tiver um boyzinho na faculdade? E se…?”  Honey, não deixa essa ilusão assassina do amor romântico utópico nublar suas outras paixões. Sim, você tem e pode ter várias outras paixões.


Mas quer que eu te puxe um pouco pra realidade? ( única maneira de superar os amores mal vividos). Vem cá, segura na minha mão, chega pertinho, olha pra mim e responde pra si mesmo(a): você é tão obcecado(a) em achar alguém que te ame porque você não consegue amar a si mesmo(a), não é?                               


O caminho clichê do amor próprio está te esperando pra fazer essa caminhada. Está disposto(a)?  Because deeply I want you to do this, for real… for us. Don’t give up, just rest sometimes, but not too long. Actually, take your time, have a sit and put youself a coffee… while the love don’t comes.

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4 comentários:

  1. Muitoooo bom. Tudo que vc falou é a pura verdade, passamos a acreditar nos contos de fadas, nas histórias românticas, quando o mocinho todo romântico encanta a garota,e o amor acontece naquele exato momento, naquela primeira tarde de passeio dos dois. Enquanto na realidade, sabemos que não é nada disso. Mas, custamos a acreditar no imaginário!
    Enfim, Bruno S. sou sua fã ! Estou anciooooooosa para sua próxima escrita !
    Miiil beijos 😘😘

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    1. Oh, Fico extremamente feliz em saber que você gostou. Obrigado! :D

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  2. Muitoooo bom. Tudo que vc falou é a pura verdade, passamos a acreditar nos contos de fadas, nas histórias românticas, quando o mocinho todo romântico encanta a garota,e o amor acontece naquele exato momento, naquela primeira tarde de passeio dos dois. Enquanto na realidade, sabemos que não é nada disso. Mas, custamos a acreditar no imaginário!
    Enfim, Bruno S. sou sua fã ! Estou anciooooooosa para sua próxima escrita !
    Miiil beijos 😘😘

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  3. Adorei!!!!
    E... concordo plenamente! Ame-se a si próprio primeiro para depois "tentar" amar mais alguém! ;)

    www.linguaeliteratura.com.br

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